São Paulo, 16 de Julho de 2010 - A cantora Maria Alcina (na foto de Paola Prado) realiza em São Paulo o Show 100 Anos de Adoniran Barbosa, concebido e dirigido por Cervantes Sobrinho. O show acontece na quarta-feira, 21 de julho, no Teatro Popular do SESI, na avenida Paulista, às 20 horas, com ingressos populares a R$ 10,00 e R$ 5,00.
Para o espetáculo, montado tendo em conta a voz e a performance da intérprete, teve a direção musical do arranjador e Sérgio Arara, que buscou inspiração nas próprias personagens e histórias contadas por Adoniram para conceber os arranjos e apresentar uma leitura original. Alcina se esbaldou com o banquete que Arara lhe ofereceu: muito molho, pimenta e ritmo para abusar do vozeirão. A cantora mostra que está em plena forma e esbanja bom humor.
O programa surpreende até os mais apaixonados por Adoniran ao fazer ressurgir melodias e letras primorosas de sua produção romântica (Prova de Carinho, Iracema, Triste Margarida - Samba do Metrô e Não Quero Entrar) e ao dedicar um bloco inteirinho aos sambas e às marchinhas (A Louca Chegou, Pafunça, Chora na Rampa Negão, Os Mimoso Colibris, Dona Boa, Tocar na Banda, Dondoca e Senta, Senta). Até uma moda de viola foi inserida neste cardápio: a inusitada Tô Com a Cara Torta.
E é evidente que as canções consagradas do mestre, entoadas sempre em coro, também compõem o espetáculo (Torresmo à Milanesa, Samba do Arnesto, Conselho de Mulher, As Mariposa, Um Samba no Bixiga, Tiro ao Álvaro, Saudosa Maloca e Trem das Onze), além daquelas “assinadas” por Peteleco, seu vira-lata “letrado” (Plac-Ti-Plac, No Morro do Piolho e Mãe, Eu Juro).
Entre os exemplos mais inusitados do show Maria Alcina - 100 Anos de Adoniran Barbosa, destaque para o arranjo de Um Samba no Bixiga que corteja descaradamente com a tarantela, ritmo que embala o bairro de italianos. E o samba No Morro do Piolho ficou com a cara - e ritmo - do que se faz hoje no “morro”: o rap. Já para mostrar o universo da mulher cantada em Mãe, Eu Juro (que deve freqüentar os bailes da periferia no sábado à noite) o arranjo ganhou a cadência do bolero e flerta, dramaticamente, com o tecnobrega. Tudo isto sem cair no caricato, pois ninguém foi tão autêntico em sua arte como Adoniran que, certamente, de onde quer que esteja se diverte e aplaude esta também autêntica homenagem.
Participam ao lado de Maria Alcina: Sérgio Arara (violão, viola, efeitos sonoros, arranjos e direção musical) e Gustavo Souza (bateria, percussão e efeitos sonoros).
Serviço
Show: Maria Alcina - 100 Anos de Adoniran Barbosa
Casa: Teatro Popular do SESI - Paulista
Dia e Hora: Quarta-feira, dia 21 de julho, às 20 horas.
Preços: R$ 10,00 (¹/2 entrada: R$ 5,00). Bilheteria, quarta a sábado (12h às 20h) e domingo (11h às 19h) ou pelo telefone (4003-5588)
Direção geral e concepção: Cervantes Sobrinho
Produção executiva: Paulo Gomes
Realização: SESI São Paulo
Endereço: Av. Paulista, 1313 - Cerqueira Cesar, São Paulo
Capacidade: 456 lugares - Classificação etária: 14 anos
Informações: (11) 3146-7405