17/03/2005
Carnaval no Canadá
São Paulo, 17 de março - Há 37 anos, a mineira Anna Maria Marcolini Guidi de Souza, promove em Toronto o Brazilian Carnival Ball, que acontece no mês de abril e tem a fama como ''o baile de gala mais importante do Canadá'' e ''o maior baile de gala do carnaval brasileiro no mundo''. Para provar o sucesso de seu evento beneficente, Anna apresenta dados tão exuberantes quanto as formas das brasileiras que são atração em suas festas.
"Até hoje o baile já alcançou um faturamento de US$ 33 milhões", exalta. A dinheirama é gerida pela ONG Brazilian Ball - dirigida por Anna - e, depois de cobrir os custos, vai para a caridade. Em 2002, seguiu para o Hospital Saint Michael's de Toronto e para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Batatais, em São Paulo.
Este ano, 5% da arrecadação está prometida para o projeto Semear, da Pastoral do Menor da Arquidiocese do Rio, que atua na ressocialização de adolescentes infratores.
A previsão para a próxima edição do baile, marcado para dia 26 de abril, dois dias antes do Brazilian Carnival Ball Day, data comemorativa oficializada pela prefeitura de Toronto, é de 2 mil convidados, que desembolsam US$ 600 pelo ingresso mais barato.
Eventualmente, alguém se empolga ao som dos tamborins cariocas e resolve doar US$ 1 milhão em pleno evento. Foi assim o ano passado com o empresário do ramo automobilístico Roy Foss e em 2001 com o magnata do aço Joey Tenembaum, relata a organizadora do baile milionário.
As cifras deram margem a outro predicado que o Brazilian Ball se vangloria de ter conquistado: uma das cinco maiores galas beneficentes do mundo. Ano passado, o baile levantou US$ 2 milhões para causas filantrópicas, mas os organizadores garantem que a missão do Brazilian Ball é também ''promover a imagem e a cultura do Brasil, tornando a palavra Brasil sinônimo de excelência, prestígio, alta qualidade e organização''.
A escola de samba que mais se apresenta no evento é a Imperatriz Leopoldinense. O canadense Howard Gillick, diretor executivo da ONG Brazilian Ball e Grande Rio de coração (desfila na escola de Caxias há 5 anos), diz Anna. "A Imperatriz é a que tem melhor estrutura e organização para viajar".
Além de 70 brasileiros, entre passistas, cantores, músicos, ritmistas e destaques, são transportados do Rio para o Metro Toronto Convention Centre, em média, 4 toneladas de fantasias, instrumentos e equipamentos.
Anna explica que a ocasião começa com um evento formalíssimo - que tem como similar no Brasil o baile do Copacabana Palace -, mas garante que, depois do jantar, dos hinos nacionais do Brasil e do Canadá, da fala do mestre de cerimônias e da apresentação das autoridades, o carnaval começa. E, de certa forma, mais autêntico do que o do Copa, onde Anna ficou hospedada durante a folia carioca.
O carnaval da mineira já está começando a correr mundo. Em setembro do ano passado, o Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, ganhou seu Brazilian Ball. A próxima parada é Nova York, com baile marcado para junho de 2004, participação de Ivana Trump e renda prometida para a Sociedade Italiana do Câncer (uma das instituições que estão na extensa fila do dinheiro que chega com o samba). "Já nos convidaram para levar o baile à Índia, no palácio do marajá de Jaipur", conta Anna. (JB)