17/04/2007

Escândalo provoca clima de expectativa no samba

São Paulo, 17 de abril - A administração da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), na Cidade do Samba, e sua sede, na Praça Mauá, também foram alvo de busca e apreensão da PF sexta-feira (13). Integrantes da Liesa dizem que os fatos não afetarão o Carnaval. Mas o clima é de expectativa diante da proximidade das eleições para a presidência da Liga, marcada para 16 de maio. A prisão do presidente da Liesa pegou a diretoria do samba de surpresa. Capitão Guimarães - que desde 2001 é o presidente e também esteve no cargo de 1987 a 1992 - já tinha manifestado desejo de se reeleger. Na sua ausência, o vice-presidente, Jorge Castanheira, seria o candidato natural. Segundo O Dia, Jorge Castanheira não pretende ser presidente. "Não tenho o objetivo de ser novamente presidente. Prefiro ficar como vice-presidente, quando o presidente for uma pessoa igual ao Capitão Guimarães. É um orgulho trabalhar com ele". A Liga estava em recesso desde 2 de abril e volta à ativa no dia 24. Segundo o vice-presidente, a eleição para presidente pode não acontecer no dia 16 de maio. "Essa data era um estudo da Liga, mas devemos procurar outra data, ainda no mês de maio". "Não temos conhecimento de indícios de fraude na avaliação dos jurados. Não contestamos a Polícia Federal e vamos esperar o processo terminar", disse Jorge Castanheira. O presidente da Caprichosos de Pilares, Paulo de Almeida, foi surpreendido pela suspeita de manipulação. "Acho deprimente. O que sempre marcou a grandeza do Carnaval foi exatamente a disciplina e a seriedade. Isso deixa todos com a pulga atrás da orelha. Fico ansioso para saber a verdade." Renato Lage, carnavalesco do Salgueiro, disse desconhecer o suposto esquema. "No meu trabalho, a gente não fica ciente dessas coisas, é um trabalho artístico. Não sei se existe manipulação".