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02/11/2009

História do União da Ilha

Da Cacuia para a Sapucaí

História da União da Ilha

São Paulo, 01 de Novembro de 2009 - Texto com base na História do União da Ilha, divulgada no seu endereço eletrônico.

União da Ilha

O Grêmio Recreativo Escola de Samba União da Ilha do Governador foi fundado em 7 de março de 1953 por Maurício Gazelle, Joaquim Lara de Oliveira (o Quincas), Orphylo Bastos e mais 59 sócios. A idéia de criar uma escola de samba, na Ilha do Governador, mais especificamente no bairro do Cacuia, nasceu numa terça-feira de carnaval, dia 5 de março de 1953.

A idéia somou-se à de outros representantes da localidade, do time de futebol União Futebol Clube. Juntos os dois grupos fundaram no armazém de Maurício Gazelle a escola de samba União, hoje União da Ilha do Governador. Suas cores são azul, vermelho e branco.

A madrinha da União da Ilha é a escola de samba Portela, daí a Ilha ter em seu brasão o desenho da Águia, uma sugestão de Natal, presidente da Portela que fez história. O autor do desenho do brasão da bandeira foi Edson Machado.

A União da Ilha tem uma das mais tradicionais ala de compositores. Destaca-se entre os nomes de seus poetas populares o do saudoso Didi (Adolfo de Carvalho Baeta das Neves, procurador da República). Didi foi vencedor de samba-enredo em várias escolas, assinando sempre com pseudônimo ou, em outras ocasiões, dispensando sua assinatura nas composições.

Didi, ganhou 24 sambas-enredos, número superior aos decompositores recordistas como Paulão Brasão, Silas de Oliveira e David Correia.

A União da Ilha iniciou suas apresentações no Cacuia. De 1954 a 1959 foi vencedora dos desfiles do lugar. Em 1960 ao ser registrada na Associação das Escolas de Samba do Estado da Guanabara a União da Ilha foi desfilar no 3º grupo das agremiações, na Praça Onze, conquistando o terceiro lugar. Em 1961 foi classificada em segundo lugar indo para o segundo grupo. Passou ao grupo 1, mais tarde chamado de grupo especial, no carnaval de 1974. Em seu primeiro desfile, entre as mais tradicionais escolas de samba da cidade, foi a nona colocada.

Um dos presidentes da escola, cuja presença foi de extrema importância, foi o senhor Jucy Curvello (in memória), pois foi o presidente que pôs a União da Ilha no Grupo Especial. Isso aconteceu no ano de 1974 com o enredo "Lendas e Festas das Yabás", onde permaneceu até o ano de 2001.

De 1977, com o enredo "Domingo", a 1980, quando tirou em segundo lugar com o enredo "Bom, Bonito e Barato", a União da Ilha fez grandes desfiles se consagrando definitivamente como uma das escolas de samba mais simpáticas do grupo especial.

E a União sagrou-se campeã por seis anos seguidos, de 54 a 59, no carnaval da Ilha do Governador. Com vontade de alçar maiores vôos, entrou na Associação das Escolas de Samba, passando a desfilar no carnaval carioca. A decisão de 'atravessar o mar' e chegar ao Rio se faria presente na maioria dos sambas da escola, que sempre faz referência à marcha dos componentes da Ilha rumo à Sapucaí. Como nos sambas:

"Vou me libertar no perfume desse mar" (2000)
"Assim a Ilha vem pra festa atravessando o mar azul" (1999)
"Eu vou nas ondas desse mar" (1995)
"Minha alegria vem nas ondas desse mar" (1994)
"Sob o clarão da poesia, cruzo o mar da alegria" (1993)
"Sonhando o mar atravessei" (1990)
"O menino iluminado hoje atravessa o mar" (1988)
"Novamente cruza o mar a alegria" (1987)
"A minha alegria atravessou o mar" (1982)

Sambas cantados pelo grande intérprete Aroldo Melodia!

A Ilha manteve-se algum tempo entre o segundo e o terceiro grupos e, em 75 quando sagrou-se campeã, passou a desfilar no grupo principal. No fim da década de 70, a Ilha começou a mostrar seu diferencial. Com enredos como "Domingo", "O Amanhã", "O que será?", "Bom, bonito e barato" e "É hoje" a escola levou para a Sapucaí desfiles leves, baratos e animados. Esta seria a marca registrada da União da Ilha, mantida até hoje. Suas fantasias costumam ser leves, sem grandes esplendores, facilitando o desfile para o componente. A escola também consegue estabelecer uma ótima comunicação com o público, sendo consideradas uma das mais simpáticas do carnaval carioca.

O último bom resultado da Ilha foi obtido em 94, com Abrakadabra, em que chegou em 4º lugar, sua última participação no Desfile das Campeãs. Desde então, não vem obtendo boas colocações. Em 2000, com "Pra não dizer que não falei das flores", a União da Ilha chegou em 8º lugar, abordando um dos períodos mais nebulosos dos 500 anos do Brasil: a ditadura militar, de 64 a 85. No ano de 2001, a escola obteve o 13º lugar do Grupo Especial, sendo assim rebaixada ao Grupo de Acesso A.

Em 2002, fez um desfile muito entusiasmado e eufórico, que conteve erros que foram corrigidos pela nova direção da escola no ano seguinte.

Em 2003, Carnaval que ficou conhecido como o "Ano do Milagre", grande aposta da escola, muito bem recebido pela mídia, mas que não levou a escola de volta ao Grupo Especial, causando comoção na escola e surpresa.

Mas esse milagre não afetou a vontada da União da Ilha de melhorar sempre e com determinação e competência vai participa do desfile de 2009 e enfrenta os desafios de 2010 no Grupo Especial.