- quinta, 21 de novembro de 2024
São Paulo, 17 de Julho de 2013 - A Justiça de São Paulo absolveu 12 integrantes de seis escolas de samba da capital acusados de rasgar as notas e destruir grades e lixeiras no Anhembi, Zona Norte, durante tumulto na apuração dos desfiles do Carnaval 2012. A confusão ocorreu em 21 de fevereiro de 2012 momentos antes da leitura das notas dadas pelos dois últimos jurados no quesito comissão de frente.
Na sua decisão, de 28 de junho deste ano, o juiz Edison Tetsuzo Namba escreveu que não houve crime. O magistrado alega que os “ânimos se exaltam” em desfiles de escolas de samba. Publicou o G1 nesta quarta-feira (17).
As pessoas que foram absolvidas sumariamente pelo magistrado haviam sido denunciadas no ano passado pelo Ministério Público por crimes de dano ao patrimônio e supressão de documentos.
Além de Tiago Ciro Tadeu Faria da Império de Casa Verde, que pulou a grade e rasgou as notas, foram absolvidos Darly Silva, o Neguitão, Renato Maluf e Caio de Souza Santos (da Vai-Vai); Alexandre Cabrino Salomão, o Teta, Washington Alexandre de Campos e Josélia Alves (da Camisa Verde e Branco); Alexandre Furtado (presidente da Império de Casa Verde); Antônio Alan Souza Silva e Wagner da Costa (Gaviões da Fiel); Edilson Casal, o Nego, (Pérola Negra) e Maurício Silva (Tom Maior).
"Tal situação não autoriza excessos ou condutas agressivas, todavia, com a aglomeração de grande número de pessoas, de origens e formações diferente, as reações são diferenciadas, muitas vezes imprevisíveis", escreveu Namba na sentença ao justificar a absolvição dos envolvidos diretamente na confusão.
No entendimento do magistrado, apesar de as notas terem sido rasgadas, não é possível atribuir a isso crime de supressão de documentos, pois para recuperar o resultado delas bastaria consultar os jurados. Sobre a destruição de lixeiras e grades, o juiz alegou que não há provas de que houve intenção de destruir, mas apenas imprudência e negligência.