22/03/2007

Liesa divulga justificativas de notas

São Paulo, 22 de março - A Liesa - Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro divulgou em seu site oficial nessa quarta-feira (21/03) as justificativas das notas dos jurados para os desfiles do Grupo Especial no Carnaval 2007. As principais críticas são sobre o estilo de alegoria de Paulo Barros, o acabamento dos carros alegóricos, os "desencontros rítmicos" identificados pelos jurados e a falta de uso do "tradicional" por parte da porta-bandeira da Viradouro. Leia abaixo as principais críticas. Estilo de alegorias de Paulo Barros é considerado repetitivo Famoso por trazer um novo estilo ao carnaval, o carnavalesco Paulo Barros, da Unidos do Viradouro está sendo apontado como repetitivo pelos jurados. Em 2007, a escola de Niterói perdeu nove décimos no quesito. Para Cris Moura, jurada de alegorias e adereços, os movimentos mecânicos e humanos já foram utilizados em outros desfiles. O jurado Luiz Carlos Correa pegou mais pesado com o carnavalesco da Viradouro. "O abre-alas faltou sincronismo dos componentes. O carro era didático, mas sem efeito criativo. A proposta de colocar pessoas gesticulando carros 3 e 6 está repetitiva". Para Sérgio Martinolli, o carro quatro com bateria falsa não teve sentido nenhum (novidade gratuita). O carro 5 (de cabeça para baixo) era um carro morto, porque não podia ter destaque". Apesar de tudo, o jurado disse: "continua sendo a grande novidade do carnaval do Rio". Jurados reclamam dos acabamentos dos carros A Unidos da Tijuca também sofreu com queixas sobre o estilo de teatralização. "A concepção de colocar pessoas gesticulando está repetitiva", disse Luiz Carlos Correa, julgador de alegorias e adereços, que tirou meio ponto da escola do Borel. No quesito alegorias e adereços, a maioria dos jurados reclamou dos acabamentos dos carros, além de escadas, pedaços de fantasias e outros materiais que não poderiam aparecer no desfile. A carnavalesca Rosa Magalhães, da Imperatriz, recebeu um recado do jurado Sergio Martinolli. "Alegorias muito mornas pela classe da Rosa Magalhães". Ele tirou dois décimos da agremiação de Ramos. O Salgueiro, que perdeu três décimos, em alegorias e adereços, foi penalizado pelo julgador Luiz Carlos Correa, porque o carro três tinha problemas com o acabamento no lado esquerdo. Faltou zelo, segundo o jurado. Além disso, no sexto carro, tinha componente desfilando sem sandálias. Já Sergio Martinolli. alegou que os carros alegóricos do Salgueiro estavam quase perfeitos, mas não emocionaram. Por isso, ele tirou um décimo da escola. Jurados tiram pontos por "desencontro rítmico" na bateria A bateria da Mangueira, comandada por mestre Russo, perdeu seis décimos. O jurado William Junior tirou três e disse: "Houve desencontro rítmico entre os tamborins". Ele também comentou que os tamborins tinham forte tendência de adiantar o ritmo. O julgador Julinho Teixeira também tirou pontos da Verde e Rosa pelo desencontro rítmico entre os instrumentos. Já para o julgador Luiz Carlos Reis os surdos embolavam e caixas também. Mestre Ciça, da Viradouro, perdeu dois décimos, porque a sua bateria deixou de mostrar o balanço característico do "samba", segundo William Junior. O jurado elogiou a inovação da bateria em cima da alegoria, porém, disse que ela puxou o andamento mais rápido. As paradinhas da bateria do Salgueiro, foi chamada de incrível por William Júnior."Porém, levou muito tempo para firmar um único e bom andamento". Por isso perdeu três décimos. Mestre Celinho, da Unidos da Tijuca, perdeu um décimo, porque segundo o jurado Cláudio Luiz Matheus, a bateria não apresentou ousadia e nem criatividade. Porta-bandeira da Viradouro perde pontos por não usar o "tradicional" O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos de Viradouro, Julinho e Simone, perdeu três décimos, por causa da saia de Simone, que era curta e tinha o formato de uma roleta, já que o enredo abordava os diversos tipos de jogos. Segundo a jurada Beatriz Badejo, a escolha da saia curta era semelhante a de uma bailarina clássica e causou uma impressão visual ruim e inadequada. "As pernas estavam à mostra e o bailado ficou comprometido", disse a julgadora. Para a jurada Áurea Hämmerli, a roupa apesar da beleza, tinha que sofrer modificações para uma porta-bandeira. "Cuidado nos acabamentos dos pés e pernas", disse. Ela tirou 0,2 décimos. O jurado Tito Canha também tirou dois décimos e disse: "A indumentária concebida não favoreceu a defesa do quesito. Entendo que deveria ser outra a solução".