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26/02/2013

Pequenos bons de samba

Sebrae vê o Carnaval como incentivo à formalização de empreendedores

São Paulo, 26 de Fevereiro de 2013 - A maior festa brasileira, que atrai olhares de todo o mundo e investimentos milionários, também apresenta impacto direto na redução da informalidade no país. Estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que a formalização de Microempreendedores Individuais (MEI) em dez atividades ligadas ao Carnaval foi maior do que a média nas quatro capitais mais beneficiadas pela folia de Momo em 2012.  Até novembro de 2012, os segmentos de aluguel de palcos e estruturas, cantor independente, maquiador, ambulantes de alimentação, barraqueiro, marmiteiro, customizador de roupas, costureira, fabricação de calçados e artesão em gesso tiveram crescimento médio de 76% em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Já o número total de empreendedores autônomos, que faturam até R$ 60 mil por ano, aumentou em média 73% nessas capitais.

“A folia da informalidade no Carnaval está com os dias contados”, avalia o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. “As escolas de samba, que recebem inclusive recursos públicos, preferem contratar profissionais com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e nota fiscal. Por isso é fundamental a formalização, até mesmo para gerar outras oportunidades de negócios ao longo do ano.”

No Rio de Janeiro, por exemplo, o preparo das fantasias para o desfile de escolas de samba ou para os foliões dos blocos de rua incentiva a formalização de empreendedores. Até novembro de 2012, aumentou em 128% o número de MEI que customizam roupas na capital fluminense.

Bem-sucedidos

No período do carnaval, Thiago Diogo, mestre de bateria da Porto da Pedra, trabalha dia e noite. Além de treinar a bateria da escola de samba, Diogo faz shows, casamentos e festas. O sambista se formalizou em dezembro de 2011, quando conheceu os benefícios legais e contabilizou as perdas pela falta de registro. Ele conta que chegou a recusar quatro convites em um mês para se apresentar com os ritmistas na baixa temporada. “Com empresa não tem jogo. Ou você apresenta a nota fiscal ou perde o trabalho”, explica.

Paulo Ferraz trabalha há 20 anos no Carnaval. Há três, resolveu formalizar a empresa que presta serviço de manutenção aos carros alegóricos na Cidade do Samba. Paulo diz que a formalização triplicou o volume de negócios e ainda reduziu em cerca de 40% o preço das peças ao comprar diretamente do fornecedor e não mais do revendedor, graças ao CNPJ.