São Paulo, 04 de Abril de 2011 - A província de San Luis, cidade de 180 mil habitantes no centro-oeste da Argentina recebeu pela segunda vez, sambistas cariocas para o carnaval da cidade. Cerca de dois mil integrantes de escolas de samba dos grupos Especial e Acesso do Rio de Janeiro desembarcaram em San Luis, no último final de semana, para desfilar e contagiar os hermanos.

Os argentinos se encantaram com o ritmo do samba, a evolução dos foliões, o suingue das passistas e a beleza das fantasias e alegorias durante o 'Carnaval do Rio em San Luis', realizado na sexta-feira (25) e sábado (26/03).

O espetáculo, que atraiu cerca de 50 mil pessoas, em duas apresentações, contou com duas 'escolas de samba', que foram montadas a partir da junção de alas das 12 agremiações do Grupo Especial e oito do Acesso A.

As comissões de frente foram criadas pelo coreógrafo Carlinhos Passista, do Salgueiro, e Jerônimo, da Portela. As alas de baianas eram da Imperatriz Lepoldinense e da Acadêmicos de Santa Cruz, mais dez baianas da Mocidade de Padre Miguel. Os casais de mestre-sala e porta-bandeira também vieram da Imperatriz e da Santa Cruz. O desfile contou ainda com vinte e quatro destaques de luxo.

As baterias comandadas por Mestre Átila, da Vila Isabel e Mestre Marcone da Imperatriz tiveram como rainhas, as musas Viviane Araújo e Quitéria Chagas.

As argentinas, que tiveram aulas de samba por três meses também entraram no ritmo do carnaval. A morena Natália Rementeira (foto) não escondeu a admiração que tem pelas mulatas e sonha ser carioca por um dia, publicou o site EGO.

As escolas apresentaram enredos sobre o meio ambiente, desenvolvido pelo carnavalesco Milton Cunha, e sobre o progresso tecnológico, a cargo do carnavalesco Jorge Caribé. Os sambas cantados nos desfiles foram adaptações de duas grandes obras da União da Ilha, 'É hoje' (1982) e 'Festa Profana' (1989), feitas por Álvaro José Caetano, o Alvinho.

Os desfiles aconteceram no "Sambódromo", que foi montado, num trecho de um quilômetro do autódromo da província, onde foram construídas arquibancadas e frisas, e projetados luz e som especialmente para a festa.

Segundo Célia Domingues, presidente da Amebras e coordenadora técnica geral do evento, o projeto não se restringe ao desfile e inclui uma importante ação social na província. Artesãos cariocas da Amebras (Associação de Mulheres Empreendedoras do Brasil) - instituição de capacitação profissional em ofícios carnavalescos, que funciona na Cidade do Samba - coordenaram oficinas de adereço, chapelaria e figurinos, em que cidadãos carentes de San Luis trabalharam na confecção de 500 fantasias e dois carros alegóricos. "O Carnaval não é apenas uma manifestação cultural. Ele proporciona uma grande inclusão social, afirma Célia.

O evento é o maior carnaval produzido por brasileiros fora do Brasil e já entrou para o calendário oficial da província, que, em 2012 deve realizar a terceira edição. A direção de carnaval dos desfiles na Argentina foi realizada pela AMI7, empresa, que tem como um dos sócios Elmo José dos Santos diretor de carnaval da Liesa.

De acordo com o governador de San Luis, Alberto Rodríguez Sáa, no primeiro ‘Carnaval do Rio em San Luis’, que aconteceu no ano passado, quando mil sambistas partiram do Rio para desfilar na província argentina, foram investidos US$ 2,5 milhões, com um retorno de US$ 8 milhões, movimentando a economia e o turismo local. Em 2011, o investimento foi o dobro, ou seja, US$ 5 milhões, afirma Sáa.