- segunda, 25 de novembro de 2024
O Carnaval paulistano de 2013 já entrou para a história, não fosse por outro motivo, pelo trio de bambas que inspirou o enredo de três das escolas que abriram os desfiles no Sambódromo do Anhembi, na noite de 8 de fevereiro. A primeira delas, a Acadêmicos do Tatuapé, foi de “Beth Carvalho: a madrinha do samba”; a Mancha Verde, terceira a desfilar, trouxe “Mario Lago - o homem do século XX”; e a Águia de Ouro fechou as apresentações, no brilho da manhã do dia 9, com “Minha missão: o canto do povo. João Nogueira”.
Com um trio de peso como esse pedindo passagem, até a chuva cedeu espaço, e às 23h41, a voz do Carnaval anunciou oficialmente a abertura dos desfiles do Grupo Especial de São Paulo 2013.
O grande tatu no carro abre-alas, o segundo carro mostrando a paixão de Beth pela Mangueira e até a bateria, composta por mais de 230 ritmistas vestidos de tatus, mostraram a trajetória da vida pessoal e profissional da madrinha do samba.
Vice-campeã do Grupo de Acesso em 2012, os 3.300 integrantes em 22 alas da Tatuapé buscam o seu primeiro título e fizeram bonito, desde a Comissão de Frente, caracterizada de Zé Carioca. A escola da Zona Leste caprichou no desenvolvimento do enredo e cantou o samba, que lembrou detalhes não conhecidos pelo grande público, a exemplo da Beth professora de violão para ajudar nas despesas da casa quando o pai estava preso pela ditadura militar: “... Ao som dos acordes do seu violão que não se calou diante da opressão”.
Não faltaram alas bem formadas (a Beth botafoguense não poderia faltar) e carros expressivos, como o que trouxe Cartola, no morro da Mangueira, ou o Cacique de Ramos com todos os bambas de ontem e de hoje. A carreira internacional de Beth juntou-se à que a madrinha do samba fez Brasil afora, que lhe valeu 17 discos de ouro. E assim, a Acadêmicos do Tatuapé foi soberba, pela pista do sambódromo, “... ‘De pé no chão’, na palma da mão ‘Caciqueando’ a noite inteira” – noite que apenas começava.
Nino Prata, com informações da SPTuris