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18/08/2010

SP Turis define as linhas do projeto

Empresa fez estudos com a EMURB e manteve as informações na WEB

São Paulo, 18 de Agosto de 2010 - A SP Turis - São Paulo Turismo S.A., empresa de turismo e eventos do município de São Paulo, mantém em seu endereço eletrônico toda a proposta da Fábrica de Sonhos, seus objetivos e metas (foto é de ilustração do projeto). Veja no endereço http://www.fabricasdesonhos.com.br/pagina.php?id=home ou leia a íntegra aqui:

Fábrica de Sonhos - Cidade de São Paulo

Ter boas condições de trabalho para a produção de carros alegóricos, fantasias e adereços sempre foi um sonho das escolas de samba de São Paulo. A instalação, em local com tamanho suficiente para abrigar os barracões das grandes agremiações é um tema recorrente desde os anos 90.

Hoje os barracões estão espalhados por vários pontos da cidade, fazendo com que o transporte dos carros alegóricos até o Sambódromo seja uma das operações mais delicadas de todo o carnaval. Nela são envolvidos — considerando todas as etapas — diversos órgãos, com destaque para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que monta uma operação especial nas semanas que antecedem o carnaval, visando, sobretudo, minimizar o impacto destes deslocamentos sobre o trânsito e as rotinas da cidade — o que nem sempre é possível.

Agravando ainda mais esta situação, a maioria das escolas ocupa irregularmente áreas públicas ou de risco. Com raras exceções, os barracões são construções precárias, improvisadas e que expõem os trabalhadores a condições insalubres. Além disso, exigem um grande esforço e inventividade por parte de carnavalescos e diretores de barracão, na adequação do espaço disponível às exigências do tema a ser exibido no Sambódromo.

Ao propor a criação das Fábricas de Sonhos (Cidade do Samba), a Prefeitura Municipal de São Paulo busca garantir às Escolas de Samba as melhores condições de trabalho e dignidade, que irão refletir imediatamente na qualidade dos desfiles carnavalescos. Haverá também impacto positivo na geração e qualificação da mão de obra utilizada para a produção do evento, a criação de um novo ponto turístico e a implantação de diversos projetos de cunho sócio-educativos e de inclusão profissional.

Conheça as Fábricas de Sonhos

A proposta elaborada pelas equipes da São Paulo Turismo e Emurb garante o aproveitamento máximo do terreno, de forma a criar na cidade de São Paulo, além de um pólo fabril vinculado ao Carnaval, também um novo ponto turístico que tenha como atrativo o belo espetáculo apresentado pelas escolas de samba. Serão 14 barracões, todos do mesmo tamanho e formato.

O projeto foi desenvolvido considerando o menor impacto ambiental possível e incluindo medidas como o aproveitamento de água de reuso, ventilação e iluminação naturais etc.

O empreendimento terá também um Barracão Escola — um centro de referência para formação de profissionais das artes cênicas, que poderão prestar serviços não apenas para as Escolas de Samba de São Paulo. Outro destaque será a arena Casa de Bambas, para shows; a recepção que abrigará diversos serviços, entre eles o tão sonhado “Memorial do Samba Paulistano”; estacionamento; e por fim um ponto para reciclagem e reaproveitamento de materiais.

O Projeto

O projeto Fábricas de Sonhos está pronto. Por mais de um ano, arquitetos, engenheiros e outros profissionais visitaram barracões das escolas de samba de São Paulo, visitaram a Cidade do Samba do Rio de Janeiro, fizeram reuniões com carnavalescos, diretores de barracão e presidentes de escolas de samba. Acumularam informações que foram transformadas em propostas arquitetônicas que respeitassem as necessidades desses profissionais.

Local

A área definida pertence à Prefeitura Municipal de São Paulo, que em 2005 iniciou o processo de reintegração de posse. São 77 mil m², em polígono irregular, na Marginal Tietê, sentido Penha, junto à Ponte da Casa Verde.

É praticamente uma das últimas áreas disponíveis e com a dimensão necessária para abrigar este projeto. Entre as vantagens destaca-se o fato de estar bem próxima do Sambódromo, o que facilita o traslado das alegorias sem a necessidade de grandes interdições e ou o risco de quebras pelo caminho, motivos de reclamações históricas dos munícipes

Escolas de Samba
(ilustram fotos sobre as condições em que as escolas trabalham hoje)

São Paulo tem, entre escolas de samba e blocos, 86 agremiações. Entre as do Grupo Especial (14 escolas), todas ocupam áreas públicas como barracão, sendo boa parte em condições inadequadas de trabalho. Em média, cada escola de samba do Grupo Especial emprega de 120 a 200 pessoas para a produção do Carnaval.

Perfil do Profissional

Estudo da Secretaria do Trabalho do Município de São Paulo, realizado em parceria com a São Paulo Turismo, identificou o perfil dos profissionais envolvidos para preparação o Carnaval. Alguns dos dados mais importantes são:

39,9% dos entrevistados trabalham apenas para as escolas de samba, ou seja muitas vezes o sustento pessoal e/ou de famílias vem daquela atividade

51,2% são do sexo feminino, o que é influenciado principalmente por atividades como costura, bordados e acabamentos mais detalhados

29,4% trabalham para escolas de samba há mais de oito anos, demonstrando além da assiduidade, algum grau de especialização na função (não necessariamente exercida para a mesma escola)

28,8% trabalham mais de oito meses por ano em escolas de samba, o que desmistifica a ociosidade profissional e de equipamentos

46,6% dos entrevistados trabalham mais de oito horas por dia, o que indica (mas não confirma) a existência de rotinas e processos produtivos

41,1% dos entrevistados ganham (ganhavam em 2006) até R$ 350,00 (trezentos e cinqüenta reais)

80,5% dos entrevistados não fizeram nenhum curso específico ou preparatório para a atividade exercida, o que leva a crer na necessidade de aprimoramento e/ou investimento em reciclagem profissional com impacto imediato sobre o espetáculo carnavalesco

Entre os que têm outras atividades profissionais fora das escolas de samba, as maiores incidências são: 8,2% são costureiras, 5,8% são recepcionistas, 5,3% cabeleireiros, 4,8% são auxiliares administrativos e 4,3% são seguranças e agentes escolares

Entre os que têm outras atividades profissionais fora das escolas de samba, as menores incidências são: 2,5% são metalúrgicos, motoristas e professores, 1,9% modelistas, vitrinistas e eletricistas

Entre as funções desenvolvidas nas escolas de samba, as de maior incidência são: 28% aderecistas, 12,2% costureiras e 11,7% auxiliares

Entre as funções desenvolvidas nas escolas de samba, as de menor  incidência são: 1,4% confeccionistas, mecânicos, secretárias e caseiros, 1,1% escultor, eletricistas, serralheiro, motoristas e técnico de iluminação

Quanto ao local de trabalho, 50% atuam na quadra da escola, 21,2% no barracão, 14,5% em ateliês e 12,2% na própria casa