- segunda, 25 de novembro de 2024
Já passava das três da matina, quando a Vai-Vai iniciou o desfile que pode levá-la à conquista de mais um campeonato do Grupo Especial. Próprio de quem “No colo do tempo, ao sopro do vento sob o céu anil, por brancos e negros, sou abençoado Sabor Brasil”.
A escola do Bixiga, a quarta a desfilar entre as sete agremiações de sexta-feira, quis incentivar e popularizar o vinho nacional e, por isso, o samba-enredo escolhido pela diretoria de Carnaval não poderia ser outro. “Sangue da Terra, Videira da Vida: um brinde de amor em plena avenida – Vinhos Brasil” foi cantado e mostrado com mestria: mestre Tadeu comandando a bateria nota 10; o achado da comissão de frente, que de dentro de um enorme pote, ilustrado pelas bodas de Caná, transformava água em vinho.
Um dos diretores de bateria, Augusto Bocão, ressalvou que uma boa taça de vinho só após o desfile: “Só depois, tem que beber com responsabilidade. E quem for dirigir não beba”.
Não haveria bafômetro capaz de prejudicar o andamento da Vai-Vai, desde o primeiro carro alegórico contando a passagem bíblica, em que Noé, além de colocar os animais, levou consigo sementes de videira para a arca. O último carro também retratou uma arca, mas dessa vez a Arca do Futuro da Noruega, que vai abrigar todas as sementes para futuras gerações.
Mascates, romanos, celebração litúrgica, os cachos de uva amassados sob os pés de belas sulistas - nada escapou à Vai-Vai, que com suas 29 alas, 3.500 integrantes, 280 ritmistas pode botar as mãos no 15º. caneco, cheio de vinho ou não.