29/11/2007

Elo com o continente negro - Samba reggae e samba rock

São Paulo, 29 de novembro - O Senegal é o grande homenageado da segunda edição do Festival África Brasil, que acontece sábado (20h) e domingo (19h), no Largo do Pelourinho, com entrada franca, pensado para intensificar as relações culturais entre os brasileiros e os povos das diversas nações africanas. Por isso dá para dizer, sem sombra de dúvida, que a grande estrela da festa é o cantor, compositor e instrumentista senegalês Cheikh Lô, que vem pela primeira vez à Bahia. Samba reggae, afro-reggae, samba-rock, samba carioca. Na hora do vamos ver, tudo se mistura numa coisa só, como propõe a organização do festival. Sábado, o público confere Os Negões, Ilê Aiyê e Jorge Ben Jor. Domingo é a vez de Muzenza, Margareth Menezes e Martinho da Vila. Além deles, Banda Didá, Boiada Multicor e um grupo de mamulengos farão um arrastão musical do Terreiro de Jesus ao Largo do Pelô. "Depois da Nigéria o Brasil é o país com maior população negra do mundo. Por aqui, são cerca de 50% de afro descendentes. O mais importante é que hoje, mais do nunca, brasileiros já começam a prestar atenção nas peculiaridades da África e africanos se voltam para saber mais sobre nosso país. O festival mostra nosso reconhecimento à África, por isso faremos, a cada edição, uma homenagem a um país diferente", explica a produtora cultural Beth Cayres, que está realizando o evento com patrocínio da Petrobras e apoio do Ministério da Cultura, através da Fundação Palmares. Beth ressalta que a iniciativa de criar o festival surgiu a partir da necessidade de mais notícias sobre o continente africano, sobretudo na área cultural. "Os debates aqui no Brasil giram à volta da lembrança cultural e religiosa de um pequeníssimo pedaço da África, no Golfo da Guiné, que deu origem ao candomblé. À ausência de historiografia do Brasil sobre a África junta-se uma ausência de conhecimento da produção africana sobre a história universal", opina Cayres. O cantor, compositor e instrumentista Cheikh Lô vem a Salvador pela primeira vez mostrar o repertório de Lamp fall, seu mais recente disco, lançado no ano passado, depois de um intervalo de cinco anos sem gravações. Um show de sucessos é o que promete Jorge Ben Jor. Claro, não deve deixar de lado alguma coisa de seu novo CD, Recuerdos de Asunción 443, lançado no fim do primeiro semestre. Atração forte da noite de domingo, Martinho da Vila não poderia se apresentar em outra data que não o Dia do Samba. Um dos maiores representantes do gênero no país, ele traz a Salvador o show Martinho da Vila, do Brasil e do mundo, que se originou a partir de seu último disco. Programação: Sábado (20h) - Os Negões, Ilê Aiyê, Cheikh Lô e Jorge Ben Jor Domingo (19h) - Muzenza, Margareth Menezes, Martinho da Vila.