São Paulo, 28 de março - Admiradores do cantor Belo passaram o dia de Páscoa na porta do presídio Evaristo de Moraes, o Galpão da Quinta, em São Cristóvão. Para conter o tumulto dos fãs, um agente antecipou a entrada de Viviane Araújo, que ficou pouco tempo na fila, causando protesto de outras mulheres de presidiários.

“Ela é poderosa. A gente teve que sair da frente para ela passar. Isso está errado”, disse uma delas. Quando Viviane chegou, às 13h50, acompanhada do pai, Josenir, muitos fãs do cantor já se aglomeravam na frente do presídio com faixas e fotos para serem autografadas. “Eu deixei minha família e até o namorado, em Niterói, para vir até aqui. Eu amo o Belo”, confessou Marilene Dias, 25 anos.

A maioria pediu que Viviane levasse mensagens de solidariedade e esperança ao cantor, condenado a oito anos de prisão por envolvimento com o tráfico. A modelo agradeceu o carinho e prometeu transmitir todos os recados. Na saída Viviane, bastante abatida, devolveu as fotos autografadas às fãs e bilhetes de agradecimentos pelo apoio escritos pelo cantor. Num deles, ao fã-clube Belo Mania, agradecia “o carinho dedicado a mim e à minha mulher”.

Belo foi preso no dia 5 de novembro. Desde então, luta na Justiça para ganhar o direito à liberdade. Na última tentativa feita por seus advogados, essa esperança foi frustrada: dia 17 de março, em Brasília, os desembargadores da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negaram novamente o pedido de habeas corpus para o cantor.

Ele espera o julgamento de outros recursos, tanto no STJ quanto no Superior Tribunal Federal (STF). Os problemas de Belo com a Justiça começaram em 2002, quando a polícia descobriu, através de interceptações telefônicas, uma negociação entre o cantor e o traficante Valdir Ferreira, o Vado. Na conversa, os dois falavam sobre armas e drogas.