São Paulo, 11 de abril - A escola de samba Imperador do Ipiranga já definiu o enredo que mostrará no desfile do grupo de Acesso em 2006. A escola, que completa 37 anos este ano, traz o tema "O sertão não virou mar, virou pomar". assinado pela carnavalesca Vaníria Nejelschi. As chuvas escassas e o sol implacável durante o ano todo foram considerados, durante séculos, os principais obstáculos para a sobrevivência no interior do Nordeste. Mas isso mudou. A aridez, o clima e as águas do rio São Francisco são hoje apontadas como as principais razões para explicar um milagre que vem acontecendo no sertão nordestino. Pesquisas revelaram e provaram que o clima semi-árido, longe de ser um empecilho, é a grande vantagem que a região oferece a quem decidiu investir na fruticultura e na floricultura. Hoje, as frutas colhidas nas margens do São Francisco correm o mundo. O principal destino delas são as mesas das famílias e dos restaurantes dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, Itália, Inglaterra, França e Portugal. No sertão do São Francisco, os agricultores controlam a água que chega às plantas para que elas dêem frutos na época em que há vendas programadas. Além das frutas típicas locais e de outras tradicionais (banana, coco e goiaba, por exemplo), os fruticultores nordestinos estão produzindo também manga, melão, melancia, tâmara, pêssego e até uva e vinho. Ao mesmo tempo, no Ceará é vez das flores. Produtores cearenses estão colhendo e vendendo tulipas, rosas, copos-de-leite até para grandes produtores mundiais, como a Holanda. Com grande potencial competitivo e alta produtividade, o cultivo de flores no Nordeste desponta como uma das atividades mais promissoras da região. E o sucesso tem a mesma origem: as condições climáticas nordestinas são excelentes para o plantio e o desenvolvimento da floricultura.