25/07/2006
Paulo Barros vai levar a bateria em carro alegórico
São Paulo, 18 de julho - A bateria da Viradouro dará um grande passo para a inovação, mas sem os pés no chão. O carnavalesco Paulo Barros vai colocar os 300 ritmistas, comandados por Mestre Ciça, para desfilar pela primeira vez em cima de um carro alegórico.
O carnavalesco faz jogo duro e não revela se eles farão coreografia, sua marca registrada. "Só quem sabe sou eu e o presidente (da escola, Marcos Lira)", resume ele. O enredo para o ano que vem é "A Viradouro vira o jogo", cuja sinopse promete "mergulhar no universo mágico dos jogos, transformando a Passarela do Samba num imenso tabuleiro".
Os ritmistas devem vir no quarto carro, transformado em tabuleiro. O carnavalesco garante estar tranqüilo quanto aos riscos e pronto para as possíveis críticas. "Que tipo de reação? Ser jurado de morte? Tradição é para o Grupo de Acesso. O Especial é para dar espetáculo", destaca ele, que já começou a montar o carro.
Aval da Liga - A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) deixou livre o caminho. No regulamento, prega apenas o mínimo de cinco e o máximo de oito carros alegóricos. A parada da bateria nos recuos não é obrigatória.
A idéia é polêmica. Mestre Jonas, que comanda os ritmistas da Mocidade, crê que a escola possa se prejudicar. "É a mesma coisa de a bateria tocar sentada. O ritmista virá parado", diz. Para Mestre Odilon, que este ano comandou a bateria da Grande Rio, dá voto de confiança. "De repente, pode se tornar algo magnífico. Mas é um pouco arriscado", opina ele, que ouviu idéia semelhante no início dos anos 90, no Império.