São Paulo, 23 de fevereiro - A memória do circo foi o enredo ideal para estampar a alegria dos componentes da Terceira Idade Brilha São Bernardo, que sagrou-se bicampeã do Grupo Especial do Carnaval da cidade. Ao final da apuração, nesta quinta, no Ginásio Poliesportivo Adib Moyses Dib, abraços e choros emocionaram até os concorrentes. A Mocidade Alegre de São Leopoldo ficou em segundo lugar. Campeã do ano passado, a Camisa Vermelha e Branca, prejudicada pelo temporal de segunda-feira, ficou com a quarta colocação. Cerca de 80 integrantes deixaram de desfilar devido ao atraso dos ônibus que os levariam ao sambódromo. Apesar dos problemas, a escola fez um desfile técnico e ganhou cinco notas 10. O presidente da Camisa, Marcelo Silva Verçosa, negou que componentes da agremiação estivessem embriagados. "As pessoas ficam eufóricas. A gente não permite esse tipo de comportamento", enfatizou. No grupo 2, a disputa foi acirrada até o final entre a Rosas Negras e a Tradição da Vila, que subiram para o Grupo Especial. Ambas somaram 96,5 pontos. O desempate se deu no quesito harmonia, no qual a Rosas levou 10 e a concorrente, 9,5. Entre as pleiteantes, a campeã foi a Acadêmicos de Vila Vivaldi, que fez um desfile surpreendente e ascendeu para o grupo 2. Na avenida, a Rosas levantou a platéia ao falar da tradição iorubá. O público gostou de saber como o mundo foi criado pelos orixás. Fundada há 39 anos, é a sexta vez que a escola leva o título do acesso. No Grupo Especial, foram mais sete títulos. A presidente, Maria Conceição Rodrigues, dedicou o título à mãe, morta em 2001. "Caímos e subimos algumas vezes. Ela nos ensinou a ter perseverança." A Acadêmicos do Taí, que pegou R$ 41 mil de subvenção da Prefeitura e não apareceu na avenida, está impedida de desfilar por dois anos. Só poderá retornar na condição de pleiteante e, é claro, se devolver o dinheiro aos cofres públicos.