São Paulo, 14 de junho - O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, disse na quarta-feira à noite estar indignado com o texto do relatório da Polícia Federal que põe sob suspeita o resultado do desfile de 2007 do Carnaval carioca. Juntamente com o dirigente da Liesa, 31 jurados presentes demonstraram o mesmo sentimento. Os presentes mencionaram a possibilidade de entrar com ação na Justiça para reparar danos. O presidente apresentou documento, assinado em 02 de maio pelos presidentes das demais escolas do Grupo Especial (incluindo Império Serrano e Estácio de Sá, que foram rebaixadas), reconhecendo como legítima a vitória da Beija-Flor. Castanheira disse ter decidido manifestar-se oficialmente, somente após a divulgação do relatório da PF, na terça-feira 12/06. "É um dos maiores absurdos. Esse tipo de denúncia é muito frágil. A Polícia Federal não precisava ter entrado na Liga e levado todos os HDs. No site, nós temos todas informações com os nomes dos jurados. A escolha do corpo de julgadores é exclusivamente do presidente da Liga. Em 2007, nós permitimos que cada escola pudesse vetar um jurado do carnaval anterior. Tivemos 11 vetos, que são os nomes dos jurados destacados na planilha. É muito difícil para Polícia Federal entender que esses nomes destacados não tem suspeição ou propina", disse Castanheira, segundo reportagem de "O Dia". O presidente da Liesa disse que a entidade está estudando a possibilidade de entrar com ação na Justiça para reparação de dados, medida que também poderá ser adotada pelos jurados. Jorge Castanheira mostrou, também, os objetos que compõem o kit dos jurados: "Camisa específica do julgador, manual do julgador, credencial, CD com os sambas-enredo e o livro abre-alas que tem todas informações sobre como vai ser o desfile de cada escola. Esse é o suborno", disse Castanheira. O presidente da Liesa pediu para que os jurados confirmassem seus endereços, para enviar à CPI do Carnaval, que vai convidá-los para depor: "É o melhor momento para mostrar tudo. Vamos entregar tudo que for solicitado pela CPI", afirmou Castanheira.