- segunda, 27 de janeiro de 2025
São Paulo, 29 de Abril de 2013 - Morreu neste domingo, aos 89 anos, o compositor Paulo Vanozolini, autor de "Volta por Cima" (samba imortalizado por Noite Ilustrada), "Ronda", samba imprescindível em qualquer roda de boêmios nas noites paulistanas e nas noites boêmias pelo Brasil afora e "Praça Clóvis".
Ele estava internado no Hospital Albert Einstein com pneumonia desde quinta-feira, dia 25/4 (data do seu aniversário) e foi levado pelas complicações da doença. Era zoólogo, foi diretor do Museu de Zoologia da USP, o "Museu dos Bichos", no bairro do Ipiranga por muitos anos.
Deixa mulher, a cantora Ana Bernardo, e cinco filhos do primeiro casamento. O corpo do artista foi velado no Albert Einstein e o sepultamento foi na tarde desta segunda-feira (29/04), no Cemitério da Consolação.
Em entrevista ao seu ex-aluno, o médico Drauzio Varela, Vanzonili contou tudo sobre a sua carreira como estudante, cientista e professor, para quem quiser ler, segue o link abaixo, sobre sua vida de compositor leia o que disse:
Vida de Compositor
Drauzio – E para a música, ainda sobra algum tempo?
Paulo Vanzolini – Foi nos shows da Faculdade de Medicina que comecei a fazer música. Parei faz uns 15 anos. Acabou a vontade, o combustível. Houve uma época em que todas as noites ia ao Jogral, o bar mais importante de São Paulo naquele tempo, e que pertencia ao Luís Carlos Paraná, um amigo muito querido. Ali se tocava música de qualidade excepcional. Se o garçom faltava, punha a jaquetinha dele e servia as mesas. Hoje, não tenho mais fôlego para isso e o fato é que perdeu a graça.
Com alguns de meus amigos, o Paulinho Nogueira, por exemplo, ainda me encontro para bater papo e ouvir música. Outros já foram embora e me sobrou a sensação terrível de perda pessoal. Sem eles, diminuí, fiquei menor. Em relação à música, o entusiasmo desapareceu em parte, porque não tenho mais para quem mostrá-la.
Drauzio – Mas muita gente ainda gostaria muito de ouvir suas novas composições?
Paulo Vanzolini - Não seria a mesma coisa. Estariam faltando os antigos e insubstituíveis companheiros.
Drauzio – Olhando para trás, para sua vida de músico e de cientista, você é um homem feliz?
Paulo Vanzolini – Sou um homem em paz. Feliz? Não sei qual foi o filósofo, se Sólon ou Thales, que disse só ser possível julgar se uma pessoa foi feliz ou não, depois de sua morte, porque é imprescindível ter uma morte feliz também.
http://drauziovarella.com.br/clinica-geral/paulo-vanzolini/